Se tratando da morte de Arquimedes, pode-se citar de diversas maneiras, pois ninguém sabe ao certo como foi que ele morreu. Nos itens seguintes, veremos quatro versões de sua morte.
Primeira versão
"Os soldados foram desenfreados pilhar a cidade [...]. O exército apropriou-se das riquezas e dos escravos [...]. O tesouro real reverteu para o Estado romano. Acontece que Arquimedes estava sozinho em sua casa e refletia numa figura de geometria, com o espírito e os olhos absorvidos [...]. Não se apercebera da tomada da cidade. Subitamente apareceu um soldado que lhe ordenou que o seguisse até Marcelo. Ele não quis sair sem resolver o seu problema [...]. O soldado, irritado, tirou a sua espada e matou-o [...]." (cit. in Serres (1989): 143).
Segunda versão
"Outros dizem que o romano, armado com uma espada, se apresentou com a intenção de o matar imediatamente, que Arquimedes ao vê-lo, lhe rogou, lhe suplicou que esperasse um instante, a fim de não deixar a sua investigação inacabada e insuficientemente aprofundada, e que o soldado, sem olhar ao seu pedido, o degolou." (cit. in Serres (1989): 142).
Terceira versão
"Segundo uma terceira versão, Arquimedes levava a Marcelo, numa caixa, os seus instrumentos de cosmografia, quadrantes solares, esferas, esquadros, que permitiam representar aos olhos a grandeza do Sol. Foi encontrado por soldados; julgaram que ele transportava ouro e mataram-no." (cit. in Senes (1989):142).
Quarta versão
"Tomadas também estas, na mesma manhã marchou Marcelo para os Hexápilos, dando-lhe parabéns todos os chefes que estavam às suas ordens; mas dele mesmo se diz que ao ver e registrar do alto a grandeza e beleza de semelhante cidade, derramou muitas lágrimas, compadecendo-se do que iria acontecer... os soldados que haviam pedido se lhes concedesse o direito ao saque... e que fosse incendiada e destruída. Em nada disso consentiu Marcelo e, só por força e com repugnância, condescendeu em que se aproveitassem dos bens e dos escravos... mandando expressamente que não se desse morte, nem se fizesse violência, nem se escravizasse nenhum dos siracusanos... Mas, o que principalmente afligiu a Marcelo foi o que ocorreu com Arquimedes: encontrava-se este, casualmente, entregue ao exame de certa figura matemática e, fixo nela seu espírito e sua vista, não percebeu a invasão dos romanos, nem a conquista da cidade. Apresentou-se-lhe repentinamente um soldado, dando-lhe ordem de que o acompanhasse à casa de Marcelo; ele, porém, não quis ir antes de resolver o problema e chegar até a demonstração; com o que, irritado, o soldado desembainhou a espada e matou-o... Marcelo o sentiu muito e ordenou ao soldado assassino que se retirasse de sua presença como abominável, e mandando buscar os parentes do sábio, tratou-os com o maior apreço e distinção".(cit in Serres (1989): 149).